Quimera

Kizua é um menino de nove anos que, certa noite, é surpreendido pelo ataque de mercadores de escravos a sua comunidade, no interior da África, e, junto a seus pais, é levado à força até o mar, que tanto desejava conhecer.

Flutuando sobre aquelas águas, porém, o menino vê algo que ao mesmo tempo o aterroriza e fascina: um enorme navio negreiro. Assim teve início a jornada de Kizua pelas entranhas de Quimera, uma das experiências mais terríveis que alguém pode viver, ainda mais sendo criança…

Sabe-se que essa mesma história foi vivida por milhões de africanos, que foram escravizados e trazidos da África para a América entre os séculos XVI e XIX. Essa foi a maior e mais brutal diáspora de toda a história da humanidade. Prepare-se para essa viagem, emocionante e cruel, ao lado de Kizua!

Informações técnicas

Quem fez

Autores

  • Celeste Baumann

    Celeste Baumann iniciou a adolescência como prolífica escritora de cartas que trocava com fãs de anime e mangá, e terminou-a como redatora e editora, escrevendo sobre música, quadrinhos e cultura pop. Formada em História pela Universidade Federal de São Paulo, durante a graduação ganhou um concurso...

  • Lily Carroll

    Lily Carroll nasceu e cresceu na capital paulista e até hoje usa a carteirinha da biblioteca do seu bairro. Atuou como redatora e editora em revistas sobre animação e cultura japonesa e atualmente se dedica em produções independentes que divulga e comercializa em eventos de quadrinhos e pela interne...

Descrição

Kizua é um menino de nove anos que, certa noite, é surpreendido pelo ataque de mercadores de escravos a sua comunidade, no interior da África, e, junto a seus pais, é levado à força até o mar, que tanto desejava conhecer.

A ideia de Quimera não foi minha. Essa narrativa foi originalmente encomendada por Jonathan Portela, colega do curso de História na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Era final de 2013, um ano bem difícil: na faculdade, no âmbito pessoal, para todos de um país mergulhado em intensas ondas de protestos, cujos ecos escutamos até hoje – mas ainda não sabíamos disso.

Músico de formação, Jonathan tinha planos de compor uma peça musical para um concurso, baseada em uma narrativa. Em vez de buscar inspiração em algo conhecido, ele me perguntou se eu poderia escrever um conto sobre um menino de nove anos que, com seus pais, era sequestrado e levado para dentro de um navio negreiro.

A história de Quimera ficou guardada em uma gaveta por anos, pois a peça musical composta por Jonathan, junto com Luiz Fernandes Neto, nunca chegou a ser oficialmente gravada. Assim, enquanto Lily Carroll desenhava as belíssimas ilustrações que hoje dão forma aos pesadelos de Kizua, eu às vezes abria as páginas do conto, mudava uma palavra, acrescentava uma frase, cortava outra.

A palavra quimera, ao longo do tempo, passou a ser usada muitas vezes para definir algo impossível, uma ideia falsa, uma vã imaginação, como explicitou em seu verbete o literato argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), em O Livro dos Seres Imaginários, Quimera era a expressão ideal para definir o monstro-navio da história de Kizua, essa criatura gigantesca, de asas, que caminha sobre as águas, devorando as almas daqueles aprisionados em seu estômago.

Celeste Baumann

A história de Quimera ficou guardada em uma gaveta por anos, pois a peça musical composta por Jonathan, junto com Luiz Fernandes Neto, nunca chegou a ser oficialmente gravada. Assim, enquanto Lily Carroll desenhava as belíssimas ilustrações que hoje dão forma aos pesadelos de Kizua, eu às vezes abria as páginas do conto, mudava uma palavra, acrescentava uma frase, cortava outra.

Quimera levou mais de seis anos para ser concluído. A cada nova ilustração é possível notar a diferença do traço e os vários diálogos com outros artistas.

Agora, fico ao lado de Kizua, na proa do navio-monstro, enquanto nos afastamos para cada vez mais longe de onde partimos.

Lily Carroll

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